PRESIDENTE OU PRESIDENTA?

29-03-2011 20:56

 

A língua portuguesa dispõe de particípios ativos, também chamados de particípio presente, embora não amplamente reconhecidos. Os “particípios” têm esse nome porque são, ao mesmo tempo, verbos (por isso têm tempos) e nomes (por isso são declinados), “participando” da natureza de ambos. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, aquele que ataca; de pedir é pedinte, aquele que pede; de existir é existente, aquilo que existe; do verbo ser é ente, aquele que é, que tem entidade.

 

Diz-se daquele que estuda, independente do sexo, ser estudante, e não estudanta; diz-se adolescente, e não adolescenta, no caso feminino, assim como paciente, e não pacienta; de igual forma eleganta, clienta e representanta entre outros que também não cabem.

Quanto à etimologia, presidente “ vem do latim praesìdens, éntis, particípio presente de praesidére ‘estar assentado adiante, ter o primeiro lugar; estar à testa de, dirigir, administrar.” (definição Houaiss)

Falando mais tecnicamente, o lado adjetivo da palavra latina pertence à segunda classe, que segue a terceira declinação. Adjetivos latinos da segunda classe têm uma só forma para o masculino e feminino. O homem sentado à frente é praesidens, a mulher sentada à frente será igualmente praesidens. À medida que o adjetivo foi se substantivando, manteve o uso e a flexão. Por isso, pela etimologia todos esses substantivos são uniformes.

Portanto, a pessoa que preside é o (a) PRESIDENTE, e não “presidenta”, que segue uma tendência natural de criarmos a forma feminina com o uso da desinência “a” como em menino e menina, brasileiro e brasileira, professor e professora. Embora alguns renomados gramáticos admitam ambas as formas, a tentativa de convencionar tal uso não passa “ainda” pelo crivo da língua.

 

         Cabe ressaltar que, se a PRESIDENTE, que é quem manda, então se ela quer ser chamada de Presidenta, princesa ou rainha, quem é que vai dizer não?