DIÁRIO DE UM OPERADO, NOVA FASE, PARTE 4: DESEJOS.

17-04-2011 18:08

  

Estava completamente arrebentado. O sangue escorria pelo rosto pingando por toda a sala, manchando o tapete, o sofá; a visão ficou turva e a roupa toda ensanguentada como se uma ferida mortal tivesse no corpo. 

– Está tudo bem. Estou bem! Gritava para que ela não se assustasse tanto ao me ver naquele estado terrível, mas na verdade não estava nada bem...

 

Quando pequeno, gostava de ficar rouco; gritava, berrava quando podia só pra tentar provocar o efeito diferente na voz; era como se eu fosse um novo personagem, mas quase nunca acontecia, pra minha frustração.

 

 Outro estranho desejo infantil era o de quebrar um braço ou uma perna, tudo pra vivenciar a experiência de ter um gesso assinado pelos colegas; outro fato que não aconteceu durante meu período escolar. Já com cerca de 20 anos, porém, num grave acidente de bicicleta finalmente quebrei a mão esquerda e, de quebra – perdoe o trocadilho – estropiei a cabeça na altura do supercílio e a boca, as quais geraram a sangueira já mencionada, que quase desesperou minha mãe quando me viu. Não tinha me dado conta, mas bati também a perna na ocasião, o que possivelmente pode ter influenciado alguma coisa no problema atual do joelho.


Na última cirurgia não fui engessado, mas estive por longos quarenta e poucos dias com uma tala imobilizadora no joelho, que por algumas vezes pensei em pedir aos amigos para assinarem, mas acabou não acontecendo. E tanto dessa vez, quando no acidente percebi que definitivamente não é legal quebrar nem operar nada; aos que me leem, não tentem repetir esses passos.

 

 A recuperação, entretanto, segue a passos largos, – apenas mais uma expressão que não faz muito sentido atualmente, mas que gosto de usar – sigo fazendo muitos exercícios de fortalecimento, flexão e extensão, além de alongamentos e manipulações sob a supervisão da excelente profissional que é minha fisioterapeuta. Com os passos cada vez mais firmes, só me falta dobrar o joelho ao caminhar, mas isso ainda parece distante devido a dor que ainda sinto; já chegamos a 110º de flexão.

 

 Como a confiança em andar vai aumentando, às vezes levanto no meio da noite e sem me dar conta piso normalmente à beira da cama; recebo um verdadeiro choque que vai da ponta dos pés à altura da coxa, bem semelhante ao aparelho de choquinhos que ainda espero usar na fisio – o interferencial – sendo que na madrugada não é nada agradável despertar com o susto causado, principalmente por uma provável bursite que começa a me incomodar no tornozelo em função do tempo parado. A propósito, dormir bem ainda é um sonho (e toma-lhe trocadilho; pra fechar, mais um lugar comum:)

 

Cuidado com o que deseja, você pode acabar conseguindo...

 

 

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Data: 31-05-2011

De: Eliton

Assunto: é isso aí

grande amigo sei o que tu sente,ou quase,continuo com minhas fisioterapias segundo os médicos talvez não volte totalmente meus movimentos dos dedos da mão e da passada da minha perna é frustrante,mas vamos continuar tentando um grande abraço.

Data: 19-04-2011

De: Ida

Assunto: gesso rsrs

Puxa!! meu sonho qdo criança era um gesso com várias assinaturas rsrs, e a voz..rsrsr eu amava (adolescente) qdo resfriada minha voz ficava rouca eu achava um máximoo, tipo tbm uma personagem, pois achava um charmeeee!!! mas meu amigão esse choquinho aí não vale!! e estou na torcida p/ q se recupere rápido e passe a ter um sono regular. Grande beijo.

Data: 19-04-2011

De: Fernanda Lacerda

Assunto: concordo...

esse choque eu já senti... é horrível...
e relaxa,, eu acjei q nunca mais ia dobrar meu joelho ou conseguir andar normalmente,,,mas isso passa..
saudades amigo,,
bjs

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